Cientistas preocupados lançam a Declaração sobre Manejo da Água da Chuva na Semana da Água, em Estocolmo, em 05/09/2014

Manejo da água da chuva: a chave para a erradicação da pobreza e da fome.

Nós, cientistas e especialistas, juntos na Semana Mundial da Água 2014, em Estocolmo, Suécia, estamos profundamente preocupados, que a gestão sustentável da água da chuva em regiões secas e vulneráveis está faltando nos objetivos e metas propostas pelo Grupo de Trabalho Aberto (GTA) da ONU sobre as Metas de Desenvolvimento Sustentável (MDS) quanto à Probreza (Meta 1), à Fome (Meta 2) e à Água Doce (Meta 6). Louvamoa o GTA de definir metas de desenvolvimento global ambiciosos e inspirados sobre a erradicação da pobreza e da fome e a promoção da equidade, assegurando paz e governança global transparente, dentro do contexto da sustentabilidade global de clima, oceanos e ecossistemas. Nossa preocupação surge da falha em reconhecer a congruência sinistra entre, por um lado, a pobreza, a desnutrição, o rápido crescimento da população e a dependência econômica na agricultura e, pelo outro, os desafios da água e a situação dos climas tropicais e subtropicais semi-áridos. Essas terras secas são a regiões habitadas mais vulneráveis à falta de pagua do mundo, hospedando os países mais pobres do planeta. Este é um desafio de importância global. Terras áridas, e semi-áridas cobrem 41% da superfície terrestre, apresentam 44% dos sistemas mundiais cultivadas e são o lar para 2,1 bilhões de pessoas, em países com as taxas de crescimento populacional mais altas do mundo.

Aqui, a produção de alimentos e os meios de subsistência humanos dependem da chuva limitada, altamente variável, incerta e imprevisível. Quando chove, a chuva muitas vezes cai em tempestades convectivas intensas que geram enchentes com escoamento superficial, que causa erosão, tornando a agricultura de sequeiro e a irrigação tradicional de sucesso um desafio extremo. No entanto, mesmo nessas áreas, geralmente tem chuva suficiente e, portanto potencial para melhorar drasticamente a produção de alimentos, se só conseguimos levar mais água para usos produtivos e benéficos. Em 2050, o “negócio-como-sempre” significa que 2 bilhões de pequenos agricultores, os principais gestores e usuários da água da chuva, vão viver à mercê de uma chuva ainda menos confiável do que hoje, devido à mudança climática.

Querendo erradicar a pobreza e a fome no mundo, sem abordar a produtividade de chuva é uma omissão grave e inaceitável.

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